Salas de espera nos hospitais

Hoje trago um conselho dos griséus ao nosso fantástico governo socratista: Uma óptima medida de prevenção contra todas as críticas que tem vindo a receber acerca das salas de espera dos hospitais.
Para que não seja criticado pelo facto de as pessoas passarem horas e horas à espera de serem atendidas, sigam o exemplo do ALLgarve e mudem o nome da sala para...
SALA DE CONVÍVIO HOSPITALAR.
Então pois! Mudasti! Mas não fiquemos por aqui, coloquem mesas de ping-pong, snooker e flippers aos cantos das salas, e empregadas de mesa de mini-saia a distribuir loirinhas fresquinhas e ervilhanas. Pode-se continuar com uma happy-hour (minis = 0.50€) e uma sessão de karaoke no final.


Quiçã até mesmo concertos de mata-ratos e afins (ou talvez o Miguel-Angelo, isso sim iria desobstruir a lista de espera).
Depois para concluir, já ao final da noite, sempre se pode fazer uma festa da espuma e um strip para animar a malta!
Pronto. Problema resolvido. Pelo menos assim impedir-se-iam casos tristes que nos contam do estrangeiro em que uma câmera de videovigilância de um hospital em Nova Iorque captou as imagens da morte de uma mulher na sala de espera da urgência psiquiátrica.
Já estão revoltados?..
Então nem é preciso mencionar o caso português para saber que um bebé de 29 dias morreu no colo do pai, na sala de espera da Urgência do Hospital de Viana do Castelo.
Ah pois.
Ou então os casos em que as operações críticas a pacientes com cancro são passadas para trás na lista, em prol de operações menos importantes a senhores mais dotados de dons financeiros.
Já agora que estou revoltado aproveito para mencionar dois casos que me marcaram pessoalmente.
Um griséu entra no Hospital de Faro numa bela noite de 2005 com ataques de asma. Não consegue respirar bem há 24h e após a provação que foi permanecer na sala de (des)espera, lá foi atendido por um doutor espanhol.

"Pero lo que fumas?" perguntou o médico ao griséu ofegante, e recusou-se terminantemente a acreditar que o griséu não fumava nada. No final da consulta o comentário do dito doutor foi, e passo a citar (mas em português): "Se continuares assim vais morrer... vais morrer.", ao que é seguido da enfermeira que vem arrematar: "Olha não ligues ao doutor... mas por acaso é verdade, se ficares assim vais morrer."
Foi aí que eu pensei: "Ya baril, supimpa."



Mais recentemente a namorada do mesmo griséu foi para as urgencias do mesmo hospital com palpitações e dores no coração, já a sentir falta de força no braço esquerdo, ao que, enquanto esperou e esperou, um médico que passeava alegremente pelos corredores do tal hospital aproveitou para fazer o seguinte comentário: "Ah pelo menos se lhe acontecer alguma coisa má, está no sítio certo!!" e afastou-se alegremente a saltitar, qual Alice no país das maravilhas, a passo de quem está de férias no Allgarve.

Pronto, agora que já deitei tudo cá para fora, aproveito para deixar aqui...

21 coisas estúpidas para se fazer numa sala de espera hospitalar.

1. Comentar na sala de espera: “Porra, vem ali uma maca que é tripa para todo o lado”.
2. Distribuir volantes com preços e condições de planos de saúde da rede particular.
3. Deitar-se no chão, similar uma convulsão e, quando for atendido, dizer que é um “laboratório” para o grupo de teatro do qual você faz parte.
4. Ir até o Balcão de atendimento e perguntar se o Serviço de Amputações precisa de um Homem do talho com experiência.
5. Gritar do nada: Achei um rim, é de alguém?
6. Promover um jogo de futebol “Enfermeiros X Médicos” enquanto os doentes não são atendidos.
7. Passar uma rasteira num Doutor da Alegria.
8. Dizer a uma enfermeira que dar uma trepa a “profissionais de branco” é o seu sonho sexual mais recorrente.
9. Pedir para gelar uma latinha de cerveja no refrigerador de vacinas.
10. Confiscar uma cadeira de rodas e fazer cavalinho no meio da sala de espera da sala de espera.
11. Perguntar a um médico porque é que se chama àquele sitio “Pronto-Socorro” se ninguém é prontamente socorrido há mais de dezesseis horas.
12. Sentar numa cadeira da sala de espera e fingir-se de morto.
13. Fazer “uóóóómmmmmmmmm” bem alto com a boca cada vez que uma ambulância estacionar no pátio.
14. Pedir emprestado uma muleta, subir para cima do balcão e imitar o Jimi Hendrix.
15. De cinco em cinco minutos, levantar-se e fingir que vai vomitar sobre as pessoas.
16. Com um baton fazer pintas vermelhos no rosto, pescoço e braços e sair cumprimentando toda a gente dizendo: “Prazer, varíola”.
17. Vestir uma camisa-de-forças e andar naturalmente pelas salas do hospital.
18. Levar uma marmita e pedir para aquecê-la na estufa do hospital.
19. Num momento mais silencioso do atendimento aproximar-se de uma enfermeira e dizer em alto e bom som: “COMO ASSIM, MORREU?!”
20. Levar um rádio e ficar a ouvir um programa de música pimba aos altos berros.
21. Fazer um inquérito a alguns funcionários do hospital: “quem é concursado aqui e quem arranjou o emprego por ter um deputado amigo?”