A Encruzilhada para comprar uma bicicleta na Sportzone #4 e última

Sigam as aventuras e desventuras de kross, um simples griséu que queria inocentemente adquirir uma bicicleta e de súbito viu-se emaranhado nas teias da malvada Sportzone.

Parte 4: O parafuso málévolo - ou - O ciclista sem alma

Kr0ss sentia a adrenalina de andar cada vez mais depressa na sua bicicleta, já tinha feito umas curvas mais apertadas do que tinha feito até ali, e cada vez mais rápido. Começara a ouvir um ruido esquisito, vindo da corrente. Subira um e outro passeio, habituando-se a levantar a roda da frente para tal. Ia cada vez mais longe, cada vez passando mais um pouco do seu limite. Apercebera-se de que a bike saltava uma mudança. Iria agora subir um passeio, mas a aproximar-se na diagonal. Levantara a roda da frente e preparara-se para pular o passeio. Meio segundo depois estava sentado no chão, a 2 metros da bicicleta. Kross passara para o outro lado do passeio, mas a ConquistaTorah ficara para trás. Fora a sua primeira queda. Kross já se sentia mal por nunca ter caído antes, devia uma queda a si próprio. Andara mais um pouco mas a bicicleta cada vez fazia mais barulho, mas tivera prometido a si próprio que não voltaria à Sportzone, estava farto daquilo, nunca mais lá poria os pés.

No dia seguinte Kross estava na Sportzone.

O estabelecimento estava novamente repleto de novos fregueses, como se houvesse sempre novas almas para comprar. Pobres coitados - pensara Kross - Não sabem no que se metem.

Dirigira-se à secção das bicicletas e para sua surpresa estava lá um funcionário novo, o funcionário Ω. Este fizera cara feia, franzira o nariz e depois lá dera uma vista de olhos na bicicleta. Parecia não saber muito o que estava a fazer e também dava a sensação de estar a improvisar uma desculpa para não fazer nada na bike. Kross sentira saudades do funcionário X.

FΩ: "Ah e tal, isto é normal das bicicletas novas, como os componentes são novos ainda não estão calejados e coiso, se isto ficar pior volte cá que fazemos uma revisão, mas estes barulhos são normais, xô, xô, que tenho que angariar mais almas agora."

Ao sair, vencido mais uma vez, da Sportzone, Kr0ss avistara no saloon local nada mais nada menos que (Ribombar dos tambores) ... O FUNCIONÁRIO X. Tinha uma aura de energia à volta dele e o conhecimento infinito sobre bicicletas e afins pairava sobre a sua cabeça.

FX: "Então man, está tudo fixe? Está tudo bem com a bike?"

Kross não sabia se tê-lo encontrado ali seria coincidencia, destino ou parte do plano maquiavélico da Sportzone, mas decidira na mesma explicar a situação ao Funcionário X.

FX: "Epá isso ou pode ser o txfranan ou o txurifai das correias, trá-la cá amanha que eu vejo-te isso na boa."

E no dia seguinte assim fora. Kr0ss (agora digam todos em coro!) dirigira-se à Sportzone. O Funcionário X dissera prontamente que se não desse para arranjar e continuasse a fazer barulho depois da intervenção dele, que lhe trocaria a bicicleta por uma nova, o que assentou perfeitamente nos ouvidos de Kross, pois já tinha partido um reflector traseiro na noite anterior (a bicicleta tinha na altura 1 hora de utilização).

O funcionário fizera a roda de traz rodar 3 vezes e depois solucionara o problema. Aparentemente um parafuso que vinha frouxo de fábrica estava a fazer fricção na corrente, que numa determinada posição até fazia saltar a mudança. Se esta estória (sim, eu quis mesmo escrever estória. Já agora, quer dizer narrativa de lendas e contos tradicionais de ficção) fosse um filme, seria agora que entrava a música reconfortante de quando o herói consegue pôr fim a todos os problemas da humanidade, e embora tivesse gasto ainda mais dinheiro em cadeados, cantis e bolsas para a bicicleta, Kross havia finalmente vencido.

Epílogo

Kross pedalara satisfeito na direcção do pôr-do-sol.

Seria mais tarde mencionado em mitos urbanos como 'A lenda do ciclista sem alma', em que descia uma encosta de bicicleta caindo várias vezes aos trambolhões, sem alma (e sem juízo), conto este que aterrorizava pobres inocentes ciclistas novatos e inexperientes.

Nota do autor

Era minha ideia colocar um foto minha a pedalar em direcção ao pôr-do-sol, mas não tenho ninguem para a tirar, pois logicamente quando vou descer encostas de bicicleta (quer dizer, de cu), vou sozinho, aparentemente o pessoal tem medo do Ciclista Sem Alma. Obrigado por lerem.